Autores: Hugo Vargas Pilger
Desde a primeira biografia de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) que li (e reli inúmeras vezes), sempre senti um misto de deslumbramento e ceticismo. O fato de ter iniciado meus estudos musicais com o violão e posteriormente ter me tornado violoncelista proporcionou-me uma maior proximidade com sua obra. As oportunidades que tive, por exemplo, de executar inúmeras vezes as Bachianas Brasileiras n° 1 e n° 5, a Fantasia para violoncelo e orquestra; a Fantasia para orquestra de violoncelos; suas obras para violoncelo e piano e, mais recentemente, a gravação com o Quarteto Radamés Gnattali dos seus dezessete quartetos de cordas me trouxeram a convicção de que Villa-Lobos não recebe a merecida atenção e respeito por parte dos violoncelistas. Os estudos preparatórios para esses concertos e gravações confirmaram as imensas qualidades de sua música já percebidas anos antes. Constantemente me pergunto se sua obra já chegou a ser devidamente compreendida. Essas reflexões me levaram a acreditar que um maior entendimento das questões idiomáticas desenvolvidas por Villa-Lobos em suas obras para violoncelo ajudaria a executá-las melhor. É consideravelmente maior o número de publicações que tratam de suas composições para piano, violão ou orquestra, mas em relação às obras para violoncelo, seu primeiro instrumento, são mais raras. A fim de preencher essa lacuna, o presente livro tem o propósito de analisar e discutir a importância que o violoncelo teve na trajetória do compositor Villa-Lobos, bem como identifica os principais elementos idiomáticos que aplicou e desenvolveu em suas inúmeras composições para o instrumento.
Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-8042-609-0
DOI: 10.24824/978858042609.0
Ano de edição: 2013
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 284
Formato do Livro: 16x23 cm
Número da edição:1
Mestre em música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Hugo Pilger nasceu em 1969 na cidade de Porto Alegre-RS. Iniciou seus estudos de violoncelo na Fundarte (Fundação de Artes de Montenegro-RS) com o professor Milton Bock. Posteriormente passou a estudar no Rio de Janeiro com o professor Marcio Malard. Formou-se no curso de Bacharelado em Instrumento Violoncelo na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) na classe do professor Alceu Reis. Como solista já se apresentou à frente de várias orquestras, dentre elas: Orquestra Petrobras Sinfônica, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Orquestra do Teatro da Paz, Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Ouro Preto, Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica Nacional, Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e Orquestra Sinfônica Brasileira. Já se realizou turnês em diversos países da Europa, América do Sul e do Norte. É primeiro violoncelo da Orquestra Petrobras Sinfônica (OPES), integrante do Quarteto Radamés Gnattali, que recentemente gravou a integral dos 17 Quartetos de Heitor Villa-Lobos em áudio e vídeo de alta definição. É professor da classe de violoncelo da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde atualmente frequenta o curso de doutorado. Em 2006 fez a estreia no Brasil da importante obra para violoncelo e orquestra Tout um Monde Lointain do compositor francês Henri Dutilleux e em 2009 a estreia sul-americana do concerto para violoncelo e orquestra Pro et Contra do compositor estoniano Arvo Pärt. Das obras que lhe foram especialmente dedicadas, destacam-se: Sonata nº 2 para Violoncelo Solo do compositor inglês David Ashbridge, Serenata Pro Pilger de Maurício Carrilho, Reflexões sobre a Ostra e o Vento para violoncelo e orquestra de cordas de Wagner Tiso e Sortilégios, para violoncelo e orquestra de cordas, do compositor Marcos Lucas.
“Ouvi cuidadosamente sua interpretação e a descobri cheia de qualidades...”
Henri Dutilleux