Autores: Adenilson de Barros de Albuquerque - Gilmei Francisco Fleck
No dia 5 de outubro do histórico ano de 1897 – princípios de nossos tempos republicanos – quando estava, finalmente, dizimada a população de Belo Monte e o exército brasileiro, após 4 investidas bélicas contra o florescente povoado híbrido e mestiço do interior da Bahia, podia começar os preparativos de regresso ao litoral, depois de quase 1 ano de duro combate contra a população civil interiorana (1896-1897), outros e diversos conflitos, além da Guerra, estavam apenas por começar. Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, inaugura, nesse sentido, uma extensa e não menos complexa tradição de escrita híbrida sobre esse evento do passado que, ao longo dos séculos, intrigou escritores de distintas nacionalidades. Isso se dá pela relevância e dimensão bélica do fato ocorrido, bem como pela dificuldade em encontrar a logicidade frente às ações efetuadas pelo exército republicano brasileiro no confronto com a população civil, em sua maioria pobre, analfabeta e crédula. Essa Guerra do poder político, econômico e cultural dominante, ocorrida no interior brasileiro, acabou sendo uma espécie de metonímia para a situação vivenciada pela grande massa populacional latino-americana. Em Canudos: conflitos além da guerra procuramos amalgamar a trajetória das escritas híbridas de história e ficção sobre a temática canudense – compondo um conjunto de 5 modalidades: romance histórico clássico, romance histórico tradicional, novo romance histórico, metaficção historiográfica e romance histórico contemporâneo de mediação – , com o percurso que vai do multiperspectivismo de Vargas Llosa (1981) até a mediação de Aleiton Fonseca (2009). É esta, pois, uma tentativa de evidenciar as múltiplas leituras da temática, escritas em praticamente todas as modalidades do gênero romance histórico, efetuadas em leituras cruzadas.
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Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-444-0463-8
DOI: 10.24824/978854440463.8
Ano de edição: 2015
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 196
Formato do Livro: 14x21 cm
Número da edição:1
ADENILSON DE BARROS DE ALBUQUERQUE
É graduado em Letras pelo Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste Paranaense. Especializado em Língua Espanhola e em História do Brasil pela mesma instituição. Mestre em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE/Cascavel, com bolsa da Fundação Araucária. Professor efetivo no IFPR/Umuarama-PR nas áreas de Língua Portuguesa e Língua Espanhola. Os estudos sobre memória e o gênero híbrido de história e ficção configuram as temáticas de maior interesse nas suas pesquisas e também na sua produção acadêmica.
GILMEI FRANCISCO FLECK
É graduado em Letras pela URI: Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Frederico Westphalen/RS; Especialista em “Ensino de Inglês como língua estrangeira” pela UNOCHAPECÓ - Chapecó/SC e em “Língua Espanhola e respectivas Literaturas pela UNOESTE - Xanxere/SC, mestre e doutor em Literatura Comparada pela UNESP - Assis/SP e pós-doutor em Literatura Comparada e Tradução pela UVigo – Vigo/Espanha, onde desenvolveu o projeto “Romance histórico: produção, leitura e tradução – caminhos para a descolonização da América Latina” com bolsa da CAPES. É Professor Adjunto da UNIOESTE/Cascavel-PR na Graduação em Letras, nas áreas de Literatura e Cultura Hispânicas, e na Pós-graduação em Letras, nas áreas de Literatura Comparada e Tradução. Nessa instituição é também coordenador do PELCA: Programa de Ensino de Literatura e Cultura. As produções híbridas de história e ficção estão no centro de seu interesse de pesquisa e produção acadêmica, assim como as possibilidades das relações da Literatura com outras áreas e outras artes proporcionadas pelos pressupostos da Literatura Comparada. Nesse sentido tem atuado não somente no Programa de Pós-graduação de sua universidade, mas como professor convidado de universidades da América Latina, especialmente com cursos e conferências na Pós-graduação com o tema “Literatura Comparada na América Latina: teoria e prática”.