Autores: Solange Ribeiro de Oliveira
Esta análise de A Ópera do Malandro _ recriação paródica de Ópera do Mendigo de John Gay e de Ópera dos Três Vinténs de Bertolt Brecht_ atua como trampolim para uma reflexão sobre a imagem do malandro enquanto representação da identidade nacional. Rastreando um percurso histórico que remonta a nosso primeiro Código Penal republicano e incorporando os estudos seminais de Antonio Candido, Caio Prado Júnior, Lúcio Kowarick e José Murilo de Carvalho,o trabalho detém-se na intrincada composição da comédia musical de Chico Buarque de Hollanda. Destaca nela a complexa construção da imagem do malandro, que entrelaça, em associações contraditórias, explorados e exploradores, representantes da ordem e da marginalidade. De fato, no texto de Chico, o malandro não é um, são muitos. Figuras liminares, reminiscentes de seus ancestrais históricos, oscilam entre os limites da ordem e da desordem, incluindo “bons” e “maus” malandros, e até políticos como Getúlio Vargas, o “Malandro do Catete”. Como poucas, a política oscilatória de Vargas ilustrou atributos associados à malandragem, tais como o instinto de sobrevivência e a habilidade em contornar situações conflituosas. Nessa linha de investigação, o estudo das canções que integram as três peças conduz à consideração de implicações históricas e culturais, bem como de aspectos poético/dramático/musicais, dificilmente perceptíveis numa primeira audição da Ópera.
Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-8042-029-6
DOI: 10.24824/978858042029.6
Ano de edição: 2011
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 162
Formato do Livro: 16x23 cm
Número da edição:1
Solange Ribeiro de Oliveira
Professora Emérita da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas, Solange Ribeiro de Oliveira é Professora Associada da Universidade de Londres, com pós-doutorados em Literatura Comparada nas Universidades de California, Berkerley e Carolina do Norte, Chapel Hill, EUA.