JEAN GOTTMANN (1915-1994)
Nascido na Carcóvia, Rússia, conquistou o Licence (B.A.), o Diplôme d’Études Supérieures (DES) e o Doctorat (Ph.D.) em Geografia pela Université Paris-Sorbonne (1933, 1934 e 1939, respectivamente). É autor de centenas de livros e artigos consagrados à geografia e tem entre seus principais livros La politique des États et leur géographie (1952), Megalopolis: the urbanized Northeastern Seaboard of the United States (1961), Virginia at Mid-Century (1955), Les marchés des matières premières (1956) e The significance of territory (1973). Entre os artigos, destacam-se The background of geopolitics (1942), Vauban and modern geography (1944), De la méthode d’analyse en géographie humaine (1947), Geography and international relations (1951), The political partitioning of our world: an attempt at analysis (1952), The evolution of the concept of territory (1975) e The basic problem of political geography: the organization of space and the search for stability (1982). Portador da Medalha Charles P. Daly, concedida pela American Geographical Society (1964); e da Medalha Victoria, concedida pela Royal Geographical Society (1980). Lecionou em várias instituições, como na University of Oxford, no Reino Unido. Reconhecido como Membro Honorário da American Geographical Society (1956), como Membro da American Academy of Arts & Sciences (1972), como Chevalier de la Legion d’Honneur pelo Governo Francês (1974), como Membro da British Academy (1977) e como Membro Honorário da Société Géographique de Liège (1977). Ganhador do Priz Sully-Olivier, do Ministério da Agricultura da França (1964), e do Grand Prix de la Société de Géographie de Paris (1984). Recebeu ainda, entre outros importantes reconhecimentos oficiais, doutorados honorários e títulos de cidadão honorário, além de ocupar vários cargos de direção e consultoria em governos, instituições de pesquisa e organismos internacionais – como a Organização das Nações Unidas –, e influenciou outra centena de obras e o próprio pensamento geográfico contemporâneo.

PIERRE CAMU (1923- )
Nascido em Montreal, Canadá, possui B.A., M.A. e Ph.D. em Geografia pela Université de Montréal (1947, 1947 e 1951, respectivamente) e pós-doutorado pela Johns Hopkins University (1949). É autor de Economic Geography of Canada (1964), Le Saint-Laurent et les Grands-Lacs au temps de la voile 1608-1850 (1996) e Le Saint-Laurent et les Grands Lacs au temps de la vapeur, 1850-1950 (2005), entre outras obras. Entre os principais artigos, destacam-se Le statut politique de Terre-Neuve (1948), Le « boom » pétrolier au Canada (1949) e L’œuvre géographique récente de Jean Gottmann (1956). Como principais cargos, exerceu os de Diretor do Centro de Pesquisa da Faculdade de Comércio da Université Laval, de Vice-presidente e de Presidente da St. Lawrence Seaway Authority (1956-1960 e 1965-1973, respectivamente), de Presidente da Royal Canadian Geographical Society (1967-1977), de Administrador da Canadian Marine Transportation Administration (1970-1980), de Presidente da Board of Governors at the University of Ottawa (1979), de Presidente da March Shipping Ltd. (1979-1984), de Presidente da Canadian Road Transport Association (1977-1979), de Presidente da Canadian Radio-television and Telecommunications Commission (1977-1979) e de cofundador e Presidente da Trans Canada (1992-1995). Foi membro da Royal Society of Canada (1966) e da Royal Naval Academy of France. Foi ordenado Oficial na Order of Canada (1976) e Cavaleiro da National Order of Quebec (1998). Também foi doutor honorário em Geografia pela University of Ottawa (1968) e em Direito pela University of Windsor (1986). Reconhecido como Membro Honorário da Board of Governors at the University of Ottawa (1979). Portador da Medalha da Royal Naval Academy of France, concedida por aquela instituição (1997); e da Medalha Camsell, concedida pela Royal Canadian Geographical Society (1999). Foi premiado com o City of Rimouski Award (2006) e o Les Grands Amis de la Vallée du Saint-Laurent Award (2011). A estação de trem da Trans Canada, em Gatineau, traz seu nome em sua homenagem (2010). Encerrou sua carreira como Professor Adjunto de Geografia na University of Ottawa. Atua como Consultor Sênior desde 1988.

PAUL CLAVAL (1932- )
Nascido em Meudon, França, publicou dezenas de obras, entre as quais são destacadas La géographie comme genre de vie: un itinéraire intellectuel (1996), La géographie du XXI siècle (2003), Causalité et géographie (2003), Histoire de la géographie (2011), De la terre aux hommes: la géographie comme vision du monde (2012), Géographie culturelle: une nouvelle approche des sociétés et des milieux (2012), Penser le monde en géographe: soixante ans de réflexion (2015) e Géoépistomologie (com lançamento previsto para 2017). Entre as dezenas de artigos, destacam-se La géographie et la perception de l’espace (1974), Des essais sur l’épistémologie de la géographie (1981), Le renouveau de la géographie politique (1983), Anthropologie et espace (1985), L’esprit de la géographie : approche historique et logique (1986), Espace et culture (1990), Les points-clefs de la géographie culturelle (1996) e Le papier peint panoramique français, ou l’exotisme à domicile (2008). Publicou ainda dezenas de artigos em Língua Portuguesa. Lecionou na Université Besançon (1960) e como Professor emérito na Université Paris-Sorbonne (1973) até sua aposentadoria em 1998. Entre outros prêmios, teve sua influência reconhecida na geografia por meio do Prix International de Géographie Vautrin-Lud (1996), a maior distinção na área. Grande parte das suas obras é voltada para a compreensão da relação entre a geografia, a filosofia e as ciências sociais. Atualmente dedica-se à produção de conhecimento na geografia na especialmente sob a abordagem cultural.

ANDRÉ-LOUIS SANGUIN (1945- )
Nascido em Rouen, França, possui B.A. e M.A. pela Université de Rouen. Concluiu seu primeiro doutorado na Université de Liège (1973) com uma tese dedicada à geografia política dos micro-Estados europeus. Seu segundo doutorado em Humanidades foi obtido na Université Paris-Sorbonne (1980) com uma tese voltada à geografia política da Suíça. É autor de vários livros, entre os quais se destacam Géographie politique : bibliographie internationale (1976), Vidal de la Blache, un génie de la géographie (1993), La géographie française à l’époque classique (1918-1968) (1996), The Western Balkans: a European challenge: on the decennial of the Dayton Peace Agreement (2006), Dictionnaire de l’espace politique (2008) e André Siegfried, un visionnaire humaniste entre géographie et politique (2010). Lecionou na Université du Québec, em Chicoutimi (1970-1983) e em Montreal (1983-1986), na Université d’Angers (1986-1998) e na Université Paris-Sorbonne (Paris-IV) (1998-2008). Entre os artigos, destacam-se André Siegfried et la géographie politique (1985), L’épistémologie et l’histoire de la géographie en France (1992), Les réseaux des diasporas (1994), Jean Gottmann et la géographie politique (1996), Jean Gottmann (1915-1994), un pionnier de la géographie politique (1996) e Autour du modèle de Gottmann: les iconographies européennes dans les oeuvres d’Ancel et de Le Lannou (2000). Lecionou como Professor visitante em várias universidades estrangeiras, a saber: Genebra (Suíça), Toru? (Polônia), Liubliana (Eslovênia), Tartu (Estônia), Zadar (Croácia), Sarajevo (Bósnia), Trieste (Itália), São Petersburgo (Rússia), Belgrado (Sérvia) e Porto Alegre (Brasil). Foi Presidente da Comissão de Epistemologia e História da Geografia (1988-1992), Presidente da Comissão de Geografia Política (1992-2000), no French National Committee for Geography. Vice-presidente e Presidente da Comissão de Geografia Política, na International Geographical Union (1996-2008). Portador da Gold Medal, concedida pela Italian Geographical Society. Também foi reconhecido como Oficial na Ordre des Palmes académiques pelo Governo da França. Desempenhou um papel importante na reintrodução da geografia política na França como disciplina universitária. Sua trajetória intelectual o levou a abordar alguns tópicos que não o eram na geografia francesa: as minorias étnicas, a cooperação transfronteiriça e as eurorregiões, os micro-Estados, o federalismo, as insularidades, os mares, os oceanos e as fronteiras marítimas. As guerras após a desintegração da Iugoslávia o levaram a estudar os conceitos de guerra e paz na geografia, por meio de pesquisas de campo realizadas na Eslovênia, na Croácia, no Kosovo, na Macedônia e na Bósnia (especialmente em Saraievo, Srebrenica e Goražde), antes e depois dos Acordos de Paz de Dayton. Paralelamente à geografia política, a história do pensamento geográfico compõe o segundo fluxo de suas pesquisas e publicações. Desta forma, publicou as biografias de Paul Vidal de la Blache e André Siegfried, além de estudos sobre o pensamento geográfico de grandes escritores passados como Nicolau Copérnico, Immanuel Kant, Friedrich Ratzel, Élisée Reclus, Dmitry Anuchin e Jean Gottmann. Aposentou-se da universidade francesa e atua como Professor associado na Università degli Studi Niccolò Cusano (Roma, Itália), na University of Primorska (Koper, Eslovênia) e na Omar Bongo University (Libreville, Gabão).

AMAËL CATTARUZZA (1978- )
Nascido em Pessac, França, concluiu a graduação, o mestrado e o doutorado pela Université Paris-Sorbonne (Paris IV) (1999, 2000 e 2005, respectivamente). Leciona na Université Paris-Sorbonne (Paris IV) e na Écoles de Saint-Cyr Coëtquidan. Seus princpais livros publicados são Territoire et nationalisme au Monténégro (2010), Le guerre contemporanee in 100 mappe (2016) e Atlas des guerres et des conflits: un tour du monde géopolitique (3ª edição, 2017). Entre os artigos, destacam-se Identités en mouvement. La redéfinition du nationalisme monténégrin dans les crises yougoslaves (2004), Catherine Lutard-Tavard, La Yougoslavie de Tito écartelée, 1945-1991 (2006), La (re)construction du fait régional au Monténégro : productions et représentations territoriales entre héritage et idéologie (2008) e « Zones grises », interstices durables de la carte politique? Relecture critique d’un concept géopolitique (2012). Dedica suas pesquisas para a compreensão da dinâmica territorial e fronteiriça dos Bálcãs.

ANTENOR ALVES SILVA (1980- )
Nascido em Porto Velho, Brasil, é graduado em Geografia pela Universidade Federal de Roraima (2005) e mestre em Geografia pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (2011). Especializou-se em Docência do Ensino Superior pela Universidade Castelo Branco (2009) e em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (2016). É autor de A Doutrina de Segurança Nacional e a organização do espaço amazônico (2015). Entre os artigos publicados, destacam-se Jean Gottmann e reordenamento territorial mundial em tempos de “nova ordem” (2013), Soberania dos Estados e concepções de fronteira em Gottmann (2014), Consolidações e fragmentações territoriais na Igreja Católica: a Renovação Carismática Católica e as Comunidades Eclesiais de Base em Rondônia (coautor, 2015) e Regionalismo X Internacionalismo e as formas contemporâneas do Estado (coautor, 2015). Atua como Técnico em Assuntos Educacionais na Fundação Universidade de Rondônia (2014-atual). Portador da Medalha do Serviço Amazônico com Passador de Bronze (2005) e da Medalha do Serviço Amazônico com Passador de Prata (2006), concedidas pelo Exército Brasileiro. Tem interesse por temas relacionados à geopolítica e à gestão do território em escala regional, especialmente pela gestão territorial da Amazônia Brasileira e seus recursos.