Capa do livro: O QUE É O HOMEM? <br>Ensaios de antropologia filosófica

O QUE É O HOMEM?
Ensaios de antropologia filosófica

Autores: Nilo César Batista da Silva - Andrei Venturini Martins (Orgs.)

Ao longo deste livro o leitor é convidado a navegar por várias regiões do conhecimento do homem, que se estende por numerosos campos de estudos, não obstante, entrelaçados na antropologia filosófica. A pergunta o que é o homem é a mesma indagação sobre o sentido e a sua essência, que havia sido formulada desde os gregos, mas, o mérito da pergunta não se esgota para a filosofia, dado que o próprio homem, desde sempre, não se compreende perfeitamente, ele permanece para si mesmo um ser enigmático. O leitor ao acessar a amplitude dos textos compilados nesta obra,  imediatamente percebe que há um círculo hermenêutico em forma de círculo antropológico imbricado na compreensão da pergunta pelo homem, que nos aponta para o horizonte totalmente sem pressupostos. Ainda torna-se necessário considerar os pressupostos irrefragáveis em que os filósofos compilados nesta coletânea de estudos devem se apoiar, mesmo constatando o fato do autor mais representativo entre os gregos – Sócrates não se encontrar presente na discussão deste livro, contudo, foi ele quem impulsionou a base do pensamento antropológico filosófico, sobretudo exaltando a superioridade da alma humana, na qual, repousa a definição universal de humanidade. A partir disto, o problema antropológico grego se torna mais evidente quando os sofistas fizeram do problema da cultura o problema maior da filosofia, identificando o homem como sujeito de suas ações. Na verdade, Sócrátes revoluciona a tábua de valores ateniense que permite transvalorar a cultura vigente totalmente voltada para exterioridade. Os gregos, em busca de uma definição de ser humano,  inserem no debate filosófico a noção de alma, por assim dizer, nos primórdios da história da filosofia elegem a primazia da alma sobre o corpo que vai se tornar o modus operandi de todo fazer antropológico no medievo cristão. Séculos mais tarde, o dualismo, em todas as suas formas é refutado veementemente. O problema da unidade do homem na relação corpo e alma sempre foi alvo de muita discussão em diversos ramos do conhecimento, desde a filosofia à epistemologia da religião. A problemática gira em torno do debate sobre o dualismo antropológico e a constituição ontológica do ser humano. Na verdade, há um enfrentamento entre a concepção grega do corpo e a concepção cristã da carne, que desde já registram algumas oscilações em suas posições. Uma reflexão a partir da teologia carne presente nos textos tardios de Santo Agostinho poderá nos iluminar para se pensar a questão do lugar e a bondade do corpo na teologia cristã, por outro lado, encontraremos contestações em decorrência ao legado platónico que se arrasta ao longo da tradição cristã, onde Agostinho está inserido, pelo fato de se estabelecer o primado axiológico da alma sobre o corpo. Mesmo assim, apesar de toda negatividade a respeito do valor do corpo humano na ordem da criação, alguns autores da Patrologia latina ousaram em afirmar a positividade do corpo na ordem dos bens da criação. Os textos compilados nesta obra intitulada, o que é o homem? Ensaios de antropologia filosófica, mesmo  na ausência de muitos autores do período tardo-antigo, pretendem remeter o autor às doutrinas da mundividência clássica, à exemplo, citamos Pascal que formula seu pensamento, sempre na esteira agostiniana. Nilo César Batista da Silva, natural de Icó – Ceará, doutor em filosofia, Universidade do Porto - Portugal, pesquisador em Filosofia Medieval, estudos concentrados em Santo Agostinho. Andrei Venturini Martins, natural de São Paulo, doutor em Filosofia Moderna, estudos concentrados em Blaise Pascal.

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Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-444-2572-5
DOI: 10.24824/978854442572.5
Ano de edição: 2018
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 286
Formato do Livro: 16x23 cm
Número da edição:1

O QUE É O HOMEM? <br>Ensaios de antropologia filosófica

ANDREI VENTURINI MARTINS
Graduado em Filosofia, Doutor em Filosofia, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP (2011). Realizou pesquisa financiada pela CAPES, na Université de Caen Basse-Normandie (França) em maio 2010 a maio 2011 para finalização de sua tese de doutoramento em Blaise Pascal. Exerce a docência em filosofia no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), é autor das seguintes obras: A Verdade é Insuportável (2015), Notas, Introdução e Tradução do Discurso da Reforma do Homem Interior, de Cornelius Jansenius (2016) e Do Reino Nefasto do Amor Próprio (2018). Atualmente é membro da Associação Brasileira de Filosofia da Religião ABFR, onde desenvolve pesquisa em filosofia e religião.

RICARDO VINÍCIUS IBAÑEZ MANTOVANI
Bacharel, licenciado, mestre e doutorando em Filosofia pela Universidade de São Paulo. É autor de Limites da apologia cristã: a razão à procura de Deus em Blaise Pascal (São Paulo: Garimpo Editorial, 2016) e 10 lições sobre Pascal (Petrópolis: Vozes, 2017). Atualmente desenvolve pesquisas nas áreas de apologética cristã e filosofia política.

RODRIGO INÁCIO RIBEIRO SÁ MENEZES
Doutor em Filosofia (2016) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP. Pesquisador em Filosofia de Emil Cioran. Produziu vários artigos sobre Escritura e Existência em Cioran para o Periódico Agnes da PUC/SP. Entre eles Cioran et l'insomnie comme trans/défiguration du moi; Cioran, archives paradoxales (nouvelles approches critiques); Cioran gnóstico – ou o último dos bogomilos.

SUSANA DE CASTRO
Graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1993), Mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995), doutorado em Filosofia – Ludwig Maximilian Universität München (2003) e pós-doutorado em filosofia na CUNY Graduate Center New York (2015). Atualmente é professora Associada do departamento de filosofia e do Programa em pós-graduação em Filosofia (PPGF) da UFRJ. Tem experiência na área de Filosofia, atuando principalmente com os seguintes temas: metafísica antiga (esp. Aristóteles), filosofia da educação, neopragmatismo, estudos de gênero. Coordena o laboratório Antígona de Filosofia e Gênero. Autora dos livros Filosofia e Gênero (Rio de Janeiro: 7Letras, 2014), As Mulheres das Tragédias Gregas: Poderosas? (São Paulo: Manole, 2011), Ontologia, (Rio de Janeiro: Zahar, 2008), entre outros.

JOSÉ AUGUSTO CEREIJIDO ALTRAN
Mestre em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com ênfase em Filosofia da Religião, licenciando em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). É editor geral da revista Último Andar (Cadernos de Pesquisa em Ciências da Religião, PUC-­SP), membro do NEMES (Núcleo de Estudos em Mística e Santidade, grupo de pesquisa pela PUC-­SP), membro da ABFR (Associação Brasileira de Filosofia da Religião) e secretário geral da ABHR (Associação Brasileira de História das Religiões). Concentra sua pesquisa primordialmente em epistemologias arracionalistas e concepções de liberdade, com ênfase em guerra, estado de natureza, filosofias nativas e a relação entre mística e política, dando atenção especial a Henri Bergson e Henry David Thoreau.

PLINIO FREIRE GOMES
Mestre em História pela USP. Durante dez anos desenvolveu pesquisa sobre a História da Filosofia Renascentista, esteve por seis anos no Oriente Médio pesquisando arte e cultura islâmica. Atualmente contribui como conferencista no MASP, Museu de Arte Sacra, Casa do Saber, Fundação Ema Klabin, Museu de Arte Moderna e Centro Universitário Maria Antônia/USP. É autor da obra Um herege vai ao paraíso, editado pela editora Companhia das Letras (1997).

LUIZ BUENO
Doutor em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso (Chile). Graduado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Professor de Filosofia na Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Alvares Penteado, de São Paulo. Dedica-se atualmente a pesquisa em filosofia contemporânea, filosofia da religião, ética, liberdade, individualidade e identidade, ceticismo e niilismo. Membro da Associação Brasileira de Filosofia da Religião. Autor do livro Gertrude Himmelfarb: Iluminismo, Modernidade e as Virtudes Sociais editado pela editora É Realizações.

NILO CÉSAR BATISTA DA SILVA
Docente e pesquisador em Filosofia Medieval na Universidade Federal do Cariri – UFCA, Bacharel em Filosofia, Mestre em Filosofia, (UFRN/2005) Doutor em Filosofia pela Universidade do Porto – U. PORTO – Portugal (2013). Membro da Société Internationale pour l’Ètude de la Philosophie Médiévale, SIEPM, (2015). Coordenador o GT Agostinho de Hipona e o pensamento tardo-antigo na ANPOF (2018/2020). Investigador colaborador do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto – Portugal, como membro do grupo de pesquisa Research Group Reason and Nature. Atualmente pesquisa a influência do Neoplatonismo em autores da Idade Média.

ALBERTO FRIGO
Graduado pela École Normale Supérieure de Pise e doutor em Filosofia. Foi docente na Université de Caen Basse-Normandie e na Université de Paris IV – Sorbonne. Atualmente é pesquisador “Rita Levi Montalcini" na Universidade de Estudos de Milão. Editou a correspondência de Montaigne (Ed. Le Monnier, 2010) e prepara uma edição da Théologie naturelle de Raymond Sebond (Original em latim e tradução de Montaigne, 2 vol., Ed. Garnier). É autor de duas obras consagradas a Pascal: L’évidence du Dieu caché. Introduction à lecture des Pensées de Pascal (PURH, 2015) e L’esprit du corps. La doctrine pascalienne de l’amour (Ed. Vrin, no prelo). Editou com L. Devillairs et P. Touboul um volume de ensaios com o título Fénelon et Port-Royal (Garnier, 2017).

FÁBIO CRISTIANO DE MORAES
Graduado, Mestre, doutor e pós-doutorado em Filosofia. Atualmente exerce a docência em Filosofia, com ênfase em história da filosofia moderna, atuando principalmente como as temáticas e autores do século XVII.

MARCOS ROBERTO NUNES COSTA
Doutor em Filosofia, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000), notadamente desde o ano 2000 investiga o pensamento de Santo Agostinho. Atualmente exerce a docência em Filosofia na Universidade Federal de Pernambuco UFPE. Atualmente investiga a especulação filosófica sobre a Presciência e sua relação com o conhecimento humano mediado pela contingência da liberdade. Tem várias publicações em filosofia agostiniana com ênfase na liberdade, mal e a alma humana.

JOSÉ ARLINDO DE AGUIAR FILHO
Graduação, mestrado (2003) e doutorado (2010) em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual da Paraíba UEPB. Desenvolve pesquisa na área de Filosofia Moderna e Contemporânea, Filosofia Jurídica e Filosofia da Educação; atuando principalmente nos seguintes temas: Fenomenologia e Existencialismo, Heidegger, Filosofia Política, História da Filosofia, Retórica e Pragmatismo.

MARIA CÉLIA DOS SANTOS
Maria Célia dos Santos é doutora em Filosofia pela Universidade do Porto (U. PORTO), atualmente exerce a docência em Filosofia na Universidade Federal do Cariri – UFCA, onde desenvolve pesquisa em filosofia medieval, notadamente concentra estudos no pensamento de Santo Agostinho e de Edith Stein.

RAIMUNDO SÉRGIO QUEIROZ DA SILVA
Graduado em filosofia pela Universidade Federal do Cariri (UFCA), Membro do NEAFI – Núcleo de Estudos Agostinianos e Filosofia na Idade Média.