Autores: Cleber Lizardo de Assis
Apresentamos um breve histórico da culpabilidade nas idades antiga, média e moderna, como marca e herança do pensamento religioso que marca nossa cultura ocidental. Mas, qual o estatuto da culpa na chamada pós-modernidade?
Para discutir tal questionamento, refletimos sobre a temática do sentimento de culpa em S. Freud e D. W. Winnicott, autores pós-freudianos contemporâneos, bem como da sociologia, filosofia e outras que problematizam o ethos contemporâneo.
Nossa tese parte de um pensar a culpabilidade em seu continuum psíquico e social, argumentando, nesse sentido, sobre a configuração de duas modalidades ou configurações especiais de culpabilidades expressas sob os nomes de hiperculpa e hiperdesculpa ocorrentes e com influência sobre o laço social e os processos de subjetivação, o que pode levar a consequências como sofrimentos psíquicos (“novas patologias”: adições, distúrbios alimentares, depressões e síndromes do pânico, bulimia, anorexia, vigorexia etc) e sociais (enfraquecimento do interdito e da lei, socius patogênico, violências, delinquências, consumismo etc).
Nesse sentido, se por um lado os excessos da culpabilização causaram traumas e, por conseguinte, uma busca desenfreada de liberdade de consciência e comportamento, por outro lado, o excesso de ‘laxismo’, ou seja, a dificuldade de contenção e interdição da atualidade parecem ter levado a novos sofrimentos.
E mais: esse excesso de laxismo pode nos levar à desconfiança de opere uma dissimulação de conforto e liberdade em nosso tempo, denunciando o seu contrário, a existência de um outro problema também da ordem do traumático. Como num pêndulo: da ausência de liberdade à confusão libertina, de uma moral proibitiva e traumática a um ethos desregulado e refém de novos elementos culpabilizadores que apresentam a pós-modernidade.
Finalmente, ousamos apontar pistas a esse estado de coisas, através de políticas pró-subjetivação saudável, uma ética do cuidado do ambiente em todas as suas acepções por um Estado real e onde os saberes “psi” devem operar.
Cleber Lizardo de Assis, verão de 2012.
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Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-8042-351-8
DOI: 10.24824/978858042351.8
Ano de edição: 2012
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 150
Formato do Livro: 14x21 cm
Número da edição:1
Cleber Lizardo de Assis
Teólogo – Graduado em Teologia/FATI-UMESP; Especialista em Teologia Latino Americana/IMTJr/IMBennett;
Psicólogo - Mestre em Psicologia/Processos Psicossociais - PUC Minas; Doutorando em Psicologia/USAL-AR;
Educador, experiência em implantação, coordenação e assessoria de projetos sociais desde 1991 (crianças e adolescentes em situação de rua, autor de ato infracional, projetos sócio-educativos em meio aberto e outros);
Docência para segundo grau, educação não-formal e superior (FATI, FATE/BH, IMTJR, PUC Minas, UNESC/RO);
Arte-educador, trabalhos e premiações em teatro, música e literatura; registro profissional DRT e SATED;
Articulador e Educador em Direitos Humanos: Fórum Mineiro de Direitos Humanos e o Comitê Mineiro de Educação em Direitos Humanos.
Criador e Editor do [Cenas] periódico de Psicologia e Psicanálise: http://cenasdecadadia.blogspot.com
Portfólio social: http://superiorservir.wordpress.com
Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/5897845657324290;