Autores: Cristina Monteiro Barbosa - Francisco Ramos de Farias
As questões que rondam em torno dos mistérios sobre o corpo são inúmeras, mas uma delas tem sido, ao longo da história da humanidade, objeto de muitas reflexões: qual a serventia, para o homem, de seu corpo? Mesmo sem ter uma clareza quanto a isso, o homem é o agente de muitas transformações no corpo, retratadas em signos de memórias. Para tanto, vale-se de implantes, transplantes, cirurgias estéticas, enxertos de silicone, modificações corpóreas, cirurgias para mudança de sexo, dietas para engordar e para emagrecer, entre outras. No cenário dessas ações no corpo, encontramos, no século XX, a Body Art, que se apresenta na contramão das prerrogativas que consideram o corpo um espaço sagrado ou mesmo conformado pelas leis da Biologia. Em princípio, tal modalidade artística pressupõe que o corpo é uma massa amorfa e as várias possibilidades de criar formas devem ser decorrentes da vontade e do desejo do homem. Desse modo, essa arte, surgida na segunda metade do século XX, como um movimento contestatório em relação às guerras que dizimavam milhares de vida no planeta, distancia-se profundamente do tratamento dado ao corpo pela Ciência e pelo mercado de consumo. A Body Art é apenas um exemplo do entendimento de que o corpo pode ser utilizado como material de dotada plasticidade. As apresentações são acontecimentos artísticos, como uma ação em que aquilo que se potencializa com o corpo é elevado à categoria de arte. Sem dúvida, esse estilo de arte é alvo de muitas críticas. No entanto, esse livro pretende abordá-lo, de modo que possa positivá-lo sem recorrer a amarras que interpretam os acontecimentos da Body Art em termos psicopatológicos. Trata-se, pois, de uma criação artística própria do tempo e do mundo em que vivemos.
Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-8042-384-6
DOI: 10.24824/978858042384.6
Ano de edição: 2012
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 160
Formato do Livro: 14x21 cm
Número da edição:1
Francisco Ramos de Farias
Psicólogo, especialista em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre e doutor em Psicologia pela Fundação Getúlio Vargas. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Professor Adjunto de Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Orientador de dissertações e de teses. Autor dos livros: Histeria e Psicanálise e Psicose: ensaios clínicos, publicados pela Editora Revinter; Por que, afinal, matamos?, pela Editora 7 Letras; Apontamentos em Memória Social, pela Editora Contra Capa; além de artigos publicados em revistas nacionais e internacionais. Parecerista de periódicos nacionais e membro de Conselho Científico do periódico Psicanálise & Barroco em revista. Coordenador do projeto: A construção da memória da educação prisional no Estado do Rio de Janeiro, com fomento da FAPERJ, edital Pensa Rio 2011.
Cristina Monteiro Barbosa
Doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em Fundamentos Transdiciplinares da Clínica Psicológica em Hospital Geral pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente é professora Adjunta do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Supervisora da Divisão de Psicologia Aplicada do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordena Projeto de Extensão vinculado ao Programa PROIPADI da UFRJ. Com referencial psicanalítico investiga temáticas referentes ao campo das artes plásticas e coordena pesquisas na área clínica e no contexto educacional. Já publicou diversos artigos acadêmicos e capítulos de livros. Participou de Comissão Científica e Organização de Eventos Nacionais e Internacionais, atuando na produção, divulgação e cooperação acadêmica internacional. Foi Consultora ad hoc da Revista Estudos e Pesquisas em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Fez parte do Conselho Científico da Revista Actas Freudianas. Atua como Parecerista ad hoc do Periódico Científico Psicanálise & Barroco.