Autores: Francisco Maciel Silveira
Exercícios de caligrafia literária: Saramago quase foi concebido como um volume a reunir ensaios de diferentes autores em torno da ficção e teatro de José Saramago escritos entre 1947 e 1980, ou seja, no período dito formativo de sua obra.
Exceção feita a Claraboia (que, terminado em janeiro de 1953, foi relegado ao esquecimento pelo próprio autor), de Terra do pecado (romance, 1947) a Levantado do chão (romance, 1980), passando por O ano de 1993 (prosa poética, 1975), Manual de caligrafia e pintura (romance, 1977), Objecto Quase (contos, 1978), A Noite (teatro, 1979), Que farei com este livro? (teatro, 1980), os ensaios debruçam-se interpretativamente sobre o universo ficcional desse período formativo da obra saramaguiana, fase pouco conhecida e menos ainda estudada.
Volume bakhtinianamente polifônico, as vozes diversas e pontos de vista conflitantes dos ensaístas suscitam a participação dialógica de leitores que, em intervenções nas Cartas à Redação: foro e desaforo do leitor, interagem seja discutindo as formulações críticas, seja trazendo contribuições acerca dos livros e do contexto histórico-literário.
Convidamos o leitor a percorrer essa caverna do período formativo (1947-1980) da obra do Sr. José Saramago. Caverna em cujas paredes vemos inscritos os exercícios da caligrafia rupestre de um Saramago quase --- gacho submetido à canga de incoercível vocação literária. São esboços da obra futura: alguns desenhos ainda toscos, outros com riscos e traços a prognosticar escorços e afrescos de talento.
Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-8042-492-8
DOI: 10.24824/978858042492.8
Ano de edição: 2012
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 174
Formato do Livro: 14x21 cm
Número da edição:1
Francisco Maciel Silveira
Professor Titular de Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde obteve os títulos de Mestre, Doutor e Livre-Docente, com trabalhos em torno da oratória sagrada dos Padres António Vieira, Manuel Bernardes e da comediografia de António José da Silva, o “Judeu”.
Crítico literário, tem publicados ensaios e resenhas em periódicos do Brasil e do Exterior. Ficcionista e poeta, com mais de vinte prêmios literários nos âmbitos da ficção, poesia e ensaio, é autor de dois livros de contos (Esfinges, 1978; A caixa de Pandora: aquela que nos coube, 1996) e um de poemas (Macho e fêmea os criou, segundo a paixão..., 1983), além de dois outros no limbo da gaveta. Nos âmbitos didático e ensaístico, publicou Português para o segundo grau, 1979; 5 ed. 1988; Aprenda a escrever, 1985; 2 ed. 1989; Padre Manuel Bernardes -- Textos doutrinais, 1981; Poesia clássica, 1988; Literatura barroca, 1987; Concerto barroco às óperas do Judeu, 1992; Palimpsestos -- uma história intertextual da Literatura Portuguesa, 1997; 2 ed., 2008; Fernando Pessoa(s) de um drama, 1999; Ó Luís, vais de Camões?, 2001; 2 ed,. 2008; Saramago – Eu-próprio, o Outro?, 2007; Eça de Queiroz: O mandarim do Realismo Português, 2010; Canteiro de Obras, 2011.Tratando de pinturas e pintores, desenvolve o site Pinceladas sobre a pintura alheia: