Autores: Zangari, Wellington
A visão tecnocientífica da verdade, seja em sua versão aristotélica, como adequação entre o intelecto e as coisas, seja em sua versão inspirada na engenharia, como signo a ser dado aos procedimentos eficazes, tem a premissa de uma autonomia radical da verdade em relação à subjetividade. Indo na contramão dessa visão, este livro retoma a tradição da verdade como indissociável da subjetividade e, na medida em que esta é pensada como radicalmente social, como experiência genuinamente política. Tal deslocamento de ponto de vista nos parece necessário na atualidade política, onde os recursos digitais não apenas potencializaram dispositivos e estratégias discursivas com fins de controle social e individual, a exemplo das fake news, mas foram além do mero registro das ideologias, isto é, das falsas consciências. O espaço “além” onde operam as estratégias discursivas do mundo digital é aquele da dimensão performativa da linguagem, que produz discursos nos quais os sujeitos de uma sociedade se reconhecerão como tais, definição mesma do conceito foucaultiano de modos de subjetivação, que inscreve a dimensão ontológica do sujeito no campo político. Assim, não apenas a verdade se torna objeto de estratégias políticas como também a experiência subjetiva do sofrimento, desde suas nominações até seus tratamentos.
Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-65-251-4799-4
ISBN DIGITAL:978-65-251-4800-7
DOI: 10.24824/978652514799.4
Ano de edição: 2023
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 126
Formato do Livro: 16x23 cm
Número da edição:1