Autores: Joelma Rodrigues da Silva
Um crime é uma exceção que num dado momento rompe com a ordem estabelecida, negando-a e suspendendo a cotidianidade com a qual nos acostumamos. E é então quando se estabelece essa tensão entre aquilo que consideramos normal e o que nos surpreende porque excede tal normalidade, que experimentamos uma forma de percepção da existência do mundo, dos outros e de nós mesmos. Somos tomados por uma agonia que exige-nos a constituição de um saber, uma compreensão. Essa é uma das origens das reflexões que fazemos, das mais simples às mais elaboradas, e que se traduzem em discursos.
Quando a historiadora Joelma Rodrigues da Silva investigou o “Caso Ana Lídia”, o assassinato de uma criança, uma história que continha todos os elementos que possui a vida humana e que envolvia uma comunidade em sua integralidade, foi preciso que buscasse aquilo que as narrativas dos jornais não dão a ver, devido à necessidade de fazer parecer simples.
Então a sua busca de compreensão teve de acrescentar o imaginário, as relações de poder, a análise do discurso, as representações sociais, as questões de gênero, a construção da santidade, conceitos adequados para pensarmos a complexidade da vida humana. Compreender profundamente o “Caso Ana Lídia” é antes compreender, na história da humanidade, as operações que mantém as superioridades de uns sobre outros, a negação da humanidade do outro e as estratégias de desvio para suportar o peso que a simplificação da vida cotidiana nos traz.
Deusdedith Alves Rocha Junior
Editora: EDITORA CRV
ISBN:978-85-8042-639-7
DOI: 10.24824/978858042639.7
Ano de edição: 2013
Distribuidora: EDITORA CRV
Número de páginas: 216
Formato do Livro: 16x23 cm
Número da edição:1
Joelma Rodrigues da Silva
Nasceu em Brasília. Graduou-se em História pelo Centro Universitário de Brasília - UniCEUB, onde é professora desde 1995. É mestre (1995) e doutora(2002) em História pela Universidade de Brasília-UnB.